Varsol é uma mistura de alcenos, a vodka é álcool... e o resultado é éter - na mente.

24.12.07

Feliz Natal!

Post de natal, olha que bonitinho!

Faz uns dias que eu venho ensaiando de escrever alguma coisa mais interessante por aqui, mas eu sempre acabo perdendo a inspiração (que vem nuns horários meio... inusitados, como sempre, tipo 5 minutos antes de dormir ou 5 minutos depois de acordar!), então enquanto isso não acontece, eu vou escrevendo coisas mais ou menos descartáveis :)

Hoje o post está bastante musical! Não vou escrever sobre o especial do Roberto Carlos, mais tradicional que peru de Natal, mas sobre umas coisas um pouco mais agradáveis (ou não).

Como já mencionei num dos posts anteriores, os tais meninos da rua de trás estavam por lançar uma musica do Bastiaan. De fato eles lançaram. E é uma droga. Mas sou eu, fã do Bastiaan, que ganho o presente. Agora tem clipe da musica, cifras disponíveis, entre outras coisas. Até pode rolar tocar na rádio, de manhã, quando eu estiver indo pra Unicamp. Imagina que demais, ir pra iniciação ouvindo musica do Bastiaan no rádio?

Mas a menção mais interessante de hoje, é que eu descobri uma musica nova da Yulia Savicheva, e qual não é a minha surpresa ao ver que eu entendi 95% da letra da música, de primeira?
Não sei se é a musica que é tosca, ou meu russo que está melhorando... mas é uma notícia agradável, anyway :)

E em meio de músicas de vários cantos do mundo, resoluções de ano novo, despeço-me por ora, já que não estarei muito perto de computadores agora no final do ano.

Espero então que esse proximo ano seja muito melhor que esse (que já foi muito bom - cumpri minhas resoluções do ano passado, eba!), e bla bla bla...

С новым годом!! :)

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6.12.07

Questões da vida cotidiana - parte III



Eu ainda não sei como ninguém (ou pelo menos aparentemente ninguém) pensou num modelo desse pra explicar o porquê de algumas coisas.

A vida é uma função logarítimica!
Acredite, é verdade.

Pra quem não conhece o que é função logarítimica, mas o gráfico dá pra entender onde eu quero chegar.

Considerando sempre um intervalo de 10 anos de idade no eixo-x, e no eixo-y as mudanças ocorridas, temos:

Quando você nasce, você é uma coisinha, com cara de joelho e aproximadamente uns 50 cm de altura. Aos 10 anos, você já deve ter lá seus 1,50, já fala, consegue fazer umas continhas, se interessa por pessoas do sexo oposto/mesmo sexo, se relaciona socialmente com pessoas, enfim.
Essa é uma mudança bastante drástica na vida da pessoa, e como se pode perceber pela curva, ela é bastante inclinada - ou seja, muda muito em pouco tempo.

Aos 20 anos, provavelmente já estará na faculdade ou trabalhando, se relacionando mais profundamente com outras pessoas, com planos de sair de casa, etc. Já é uma grande mudança, mas não tão drástica como a mudança de 0-10 anos; e menos drástica ainda é a mudança dos 20 pros 30 anos: provavelmente a pessoa já está casada, possivelmente com filhos, as primeiras rugas aparecem, junto com a primeira queda de cabelo.

Aos 40, você já estará com mais rugas, seus filhos mais crescidos, saco cheio do chefe, etc. Por aí, dá pra perceber que a curva fica menos acentuada; e a inclinação diminui com o passar dos anos. Aos 50, seus filhos já terão casados, provavelmente te darão netos, e você só vai ficando mais enrugado. Aos 60, provavelmente, só te aumentarão as rugas e o bico de papagaio, bem como aos 70, 80... e quanto mais você durar. Mas dá pra perceber que nesse intervalo, a curva é bem pouco inclinada.

Vai falar que eu não tenho razão?

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5.12.07

Questões da vida cotidiana - parte II

Tradição é um tema bastante espinhoso em qualquer rodinha de conversa. Mesmo a pessoa mais descolada sempre tem alguma.
Ou é ir correr no parque todo domingo de mês ímpar, com a meia furada e a cueca de bolinhas, ou é comer um prato de buchada de bode todo dia 29 de fevereiro... ou qualquer outra coisa.

A tradição da tradição (por mais redundante que isso possa parecer), é não questionar o fato pelo qual ela existe. Ela existe porque sim. Muitas vezes, ela existe porque sempre esteve alí, mas nunca ninguém parou pra pensar.

Não digo que isso é uma coisa absolutamente ruim. Por exemplo, a tradição de não matar pessoas pelo puro prazer sádico de ver o outro se contorcendo de dor não só é levada em frente, como é uma lei. No entanto, a tradição de ir todo domingo na igreja (sim, ela de novo), é uma tradição bastante questionável.

Pra mim, às vezes, é bastante difícil entender o que é simples e claro pra todo o mundo. Não consigo entender determinados protocolos, e muitas vezes nem entendo o porquê de eles existirem.

Eu, talvez por ter uma veia científica, sempre questiono aquilo que eu estou fazendo antes de fazer. Claro que muitas vezes erro ou sou levada pela inércia da tradição. Mas eu acredito que é profundamente danoso e prejudicial apenas reproduzir aquilo que todo o mundo sempre fez.

Parece que esse tipo de coisa não é exatamente comum, mas é. As pessoas geralmente se rotulam de 'inovadoras', quando fazem alguma coisa diferente, mas no fundo, elas não fazem nada do que ninguém teria já feito, de acordo com o curso da história.
Ninguém é inovador por não discriminar negros ou homossexuais hoje em dia. A frase "olha, eu não sou preconceituoso" não é mais exatamente muito bem utilizada. Essas coisas tomaram um certo curso hoje em dia, que se torna natural olhar de uma forma diferente - sem preconceitos - para uma determinada situação. Se você não é preconceituoso, meus parabéns, mas você não fez nada que outras pessoas não fariam. E mesmo essas pessoas "inovadoras", em uma grande parte das situações, fazem tudo aquilo que os pais fizeram, que por sua vez fizeram igual aos pais deles, etc.

O negócio é estar na vanguarda das mudanças. Esses sim são os que quebram as tradições, e quem realmente inovam todo um cenário, seja esse qual for. Essas sim são as pessoas inovadoras.
Ser inovador não é exatamente mudar uma coisa ou outra, mas é ter esse instinto de uma forma intrínseca.

Dizem que são os jovens que têm a capacidade de mudar o mundo. Eu concordo com isso. Mas de nada adianta se todos nós fizermos tudo que todos sempre fizeram, da forma que fizeram, sem questionar a validade disso. No meio científico, isso é só reproduzir resultados de um artigo. O bom cientista é aquele que inventa, questiona, inova. Não imagino que sejamos todos nós cientistas; mas também não adianta reclamar que nada muda, se nem mesmo nós conseguimos nos livrar das cracas das tradições que estão encrustradas na gente, e não conseguimos absorver ou entender uma opinião nova, ou diferente.

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Questões da vida cotidiana - parte I

Bom, fazia tempo que eu não escrevia nada consistente aqui, então imagino que já seja hora.
Hoje, ao esperar o ônibus pra ir à Curves (estava chovendo, por isso não fui a pé), ouvi uma conversa entre duas moças que me pareceu, no mínimo, intrigante.

Ambas as moças não pareciam ter muita formação acadêmica (não seria uma aproximação ruim dizer que elas mal devem ter concluido o ensino básico), ou algum outro tipo de vetor de conhecimento, enfim.
E depois de ouvir, numa mesma frase, as palavras "engravidar", "infértil", "dinheiro", "pastor" e "Deus", não achei exatamente por mal ouvir a conversa das moças.

Uma certa parte da conversa dizia mais ou menos assim: "...e aí, a moça queria engravidar, mas não conseguia. Parece que ela era infértil, e sempre tentava engravidar, mas nunca dava certo. Aí o pastor disse que pra que eles conseguissem ter um filho, eles teriam que fazer um sacrifício. Então ele disse que ia ter a semana do sacrifício lá na igreja, (...) e ele conseguiu juntar mil reais pra dar pro pastor. Quando a esposa perguntou se ele tinha conseguido o dinheiro do sacrifício, ele disse que sim, que tinha juntado mil reais. Daí, ela respondeu que mil reais era muito pouco, que tinha que ser mais (...) e daí, eles entregaram o dinheiro pro pastor. Só sei que na semana seguinte, perto dos jogos da Copa do Mundo, ele foi numa loja de eletrônicos e comprou uma TV de oito mil reais. Cê acha? Quem compra uma TV de oito mil, mil reais não é sacrifício. Tem que se sacrificar, juntar todo o dinheiro do mês, senão Deus não ajuda.

(...)

Eu sei que eles usam o dinheiro nosso. Cê acha que todas aquelas melhorias na igreja é feito com o dinheiro do pastor? Que nada, aquilo tudo é dinheiro nosso. Mas é bem utilizado, cê não acha? (...)"

Não é minha intenção ofender alguém, ou qualquer coisa do tipo. Minha intenção é apenas levantar alguns questionamentos que eu julgo saudáveis.

  • Deus deveria, se é que ele existe, é explodir a cabeça desses pastores que agem de má-fé com essas pessoas ignorantes, igual o que Ele fez com as pessoas no Velho Testamento. Não é justo fazer o que esses caras fazem. Dá pra comparar um cara desse com um ladrão, que engana a velhinha na rua, dizendo que tem um bilhete de loteria premiado, e cobra dela a módica quantia de metade do prêmio. O único problema é que esse é o dinheiro que ela passou a vida inteira juntando, pra ter uma vida digna no final dela. Esses pastores prometem o Paraíso, em troca de uma ínfima quantia mensal. No entanto, engordar o cofrinho do Pastor encurta o caminho para os Céus.

  • Uma argumentação que seria válida, ao meu ver, é que esse tal 'sacrifício' pode causar algum tipo de efeito no sub-consciente da pessoa, naquela de "poxa, eu fiz o sacrifício, então agora eu posso engravidar". Isso acontece, creio eu, porque geralmente esses problemas de infertilidade têm fundo "emocional", ou seja, tá tudo na cabeça da pessoa. Seria uma espécie de placebo, então.
    Ok, argumentação válida. Mas porquê o dinheiro tem que ser dado ao pastor? Não pode ser DIRETAMENTE a, por exemplo, uma instituição de caridade? Ou fazer um mutirão e dar comida pras pobres crianças da favela do lado? Ou se comprometer a fazer alguma coisa X em favor de uma situação Y, onde X demanda algum tipo de sacrifício monetário? Ou deixar de ir na balada por um final de semana? Ou parar de comer tamarindo por um mês. Há várias coisas que poderiam ser consideradas como sacrifício, não só o dispêndio de dinheiro. Pensando que não seriam dois ou três fiéis a fazerem o tal do sacrifício... seriam uns bons milhares de reais pra conta do Pastor. Talvez pagar o almoço no Bellini* da família do Pastor também encurta o caminho pro céu.

  • Uma argumentação não válida é que a pessoa tem fé. Se ela tem fé, o cara lá tem má-fé, com certeza. Eles poderiam claramente trocar o dinheiro por qualquer outra coisa, como já mencionado acima. Deus não vai fazer ninguém engravidar caso você dê um centavo ou um milhão pra alguém. E se o Pastor tem o poder de mexer com a fé dos seus fiéis, ele poderia encorajá-los então a fazer outros tipos de atividade. Mas sem duvidas é mais interessante pegar o dinheiro deles. Como já diz o ditado, caolho em terra de cego, é rei, é muito fácil enganar um monte de gente bobona se você é o espertão. É que nem o cara da quinta série que brinca com os pequenininhos da segunda. Apesar da proximidade da idade - são três anos apenas -, o moleque da quinta série é muito mais esperto (como o proprio Silvio Santos já diz, hehe), e qualquer baboseira que ele disser, vira regra.

    Comandar uma série de ovelhinas com bitola é simples. Mesmo as que não têm a tal da bitola - você sempre pode agarrá-lo pelos seus problemas, afinal de contas, quem não os têm? - podem se tornar ovelhinhas fiéis ao cachorro por meia duzia de latidos. Pessoas se cegam por muito pouco, por uma resolução ilógica e muitas vezes imoral de todos os problemas da sua vida... sempre por uma módica quantia de $$ - quando as vezes, o problema é passível de solução sem esse tipo de saída.

    Sem dúvidas o maior pecado da humanidade foi comer a fruta do conhecimento. Pra esses Pastores, e afins, tudo seria muito mais fácil se fôssemos todos ignorantes, e aceitássemos o que ele diz, sem questionar. Mas além de isso ser tema pra outro post, eu sou uma pessoa muito feliz por comer o fruto do conhecimento todos os dias, e não cair nessas roubadas.

    * Bellini: Restaurante italiano em Campinas, cujo prato de nhoque custa apenas R$ 40,00

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