Já faz um tempo que eu venho enrolando (leia-se: me enrolando) pra escrever por aqui. Venho tido algumas reflexões sobre a vida nos ultimos meses, e às vezes é bom externá-las, mesmo que ninguém vá as ler.
Umas dessas reflexões, que na realidade, de nada tem a ver comigo, é mais uma observação empírica da vida. Antes de escrever este post, eu pensei em escrever isso como "verdade" da vida, mas acho que esse termo é muito forte, apesar desta minha observação ter sido bastante frequente.
Colocando a coisa da forma mais cabeçuda possível, tomando-se um grupo A, de algumas milhares de pessoas em torno dos 18, 20 anos, deve haver uma probabilidade de cerca de uns 90% dessas pessoas já ter vivenciado um tórrido romance, onde as coisas terminaram com os burros n'água. Não pretendo demonstrar isso, mas colocando o assunto de uma forma mais palatável, todo o mundo já viu um amigo (ou a si mesmo) tendo um acesso psicótico de paixão.
Pois bem. Ter a flechinha do cupido espetada na sua bunda é uma delícia. É sim, porque eu já passei por isso também, há muito tempo atrás (e por várias vezes, diga-se de passagem). Quem sou eu pra dizer sobre a razão dos apaixonados, mas há sempre alguns fenômenos muito engraçados que se repetem muitas e muitas vezes - o clássico "é tudo igual, só muda de endereço".
Há alguns anos, não se existia o famigerado Orkut. Hoje em dia, quase todo tipo de relação interpessoal se dá nesse site roxinho. E alguns relacionamentos amorosos também. Sempre que o relacionamento começa, são fotos e mais fotos da pessoa nos ângulos mais variados, juras e promessas de amor eterno, declarações de amor e ciúme etc, etc, etc. Por outro lado, quando a paixonite passa, as promessas e declarações de amor dão lugar a xingamentos e ridicularização da pessoa.
O que alguém deve ter esquecido de avisar esse pessoal, é que isso se torna público e escancarado - e, também, ridículo.
Eu amo, e amo muito. Me considero uma pessoa de infinita sorte de ter conseguido encontrar tão cedo alguém que é tudo pra mim - e vice-versa. Sei também que não é fácil encontrar alguém assim e, quando se encontra, é mais difícil ainda de manter um relacionamento duradouro. Amor, ao contrário do que é pintado por aí, é uma coisa que demanda muito trabalho, muita paciência, muita compreensão, etc, em oposição à visão parnasiana que a maioria das pessoas tem. E acho que demanda maturidade também - o que essas pessoas claramente não têm. Não que isso seja um absurdo, uma vez que maturidade é uma coisa que se adquire com o tempo, mas exposição pública de conteúdo amoroso, do jeito que são feitas, é clara falta de maturidade.
Disso, me vem à cabeça uma outra observação, mas essa não é tão absoluta. A maioria das pessoas que tem mais de 25/26 anos, que estão solteiras há muito tempo, ou são muito imaturas, ou muito chatas. Claro que isso não é exatamente verdade, já que as pessoas podem ser solteiras por opção. Mas como justamente a idade onde se aprende as coisas, e onde se adquire maturidade é nesse espaço de tempo de uns 18 aos 20 e poucos anos, só pode ser um traste esse um que tá solteiro há muito tempo (ou muito feio também!).
No final das contas, o que eu digo é simplesmente que o que importa não é o quanto você expõe o seu amor (ou paixão, ou sei lá eu o que), mas sim o quanto você demonstra isso pra pessoa em questão. Ela sim que é a maior interessada no que você acha sobre ela, e não os 500 amigos do orkut. Isso é a consequência, não o fato. Só espero que as pessoas um dia entendam isso ;)
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